Redemoinhos de poeira em Marte vistos da órbita com céu avermelhado e superfície rochosa ao fundo

Desde que comecei a leituras sobre o planeta Marte, algo sempre me fascinou: as paisagens dinâmicas, que mudam sem chuva, sem grandes mares, mas com um elemento imprevisível, a poeira fina e os ventos. Ao longo dos últimos vinte anos, sondas orbitando Marte revelaram pistas quase poéticas sobre esses movimentos. Mas só recentemente, com a paciência de quem observa o tempo passar em relógios de areia cósmicos, cientistas conseguiram montar um quebra-cabeça que antes parecia impossível.

Quando me deparei com os detalhes do novo mapa de rastros de redemoinhos, confesso: imaginei a superfície do planeta marcada como se fossem rabiscos de lápis invisível, surgindo e sumindo a cada novo giro do clima marciano. Os cientistas, liderados por Valentin Bickel, da Universidade de Bern, agora nos dão algo muito mais concreto para visualizar: um catálogo público com mais de 1.000 redemoinhos de poeira detectados em Marte, com detalhes de direção, velocidade, localização e comportamento nunca vistos. E tudo graças à análise profunda de vinte anos de imagens das sondas Mars Express e ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO).

Como nasceu o grande mapa dos ventos marcianos

Por anos, imagens enviadas pela Mars Express, desde 2004, e pelo Trace Gas Orbiter, que começou sua jornada visual em 2016, eram reinterpretadas incansavelmente. Mas entender a poeira em Marte não é simples.

Quem, como eu, já reparou na formação de pequenos tornados durante um dia quente aqui na Terra, sabe que essas colunas de ar e detritos se erguem rápidas, deixam rastros marcados e praticamente desaparecem em minutos. Era mais ou menos assim que se esperava que acontecesse em Marte. Porém, registrar e analisar esses movimentos "caóticos" numa superfície distante exige algo diferente de olhos humanos, foi aí que a inteligência artificial entrou em cena.

Redemoinho de poeira grande avançando em superfície avermelhada de Marte, deixando rastro escuro.

A equipe de Valentin Bickel percebeu que poderia usar um recurso visto até então só como incômodo: pequenos "desalinhamentos" entre fotos tiradas em sequência pelos sensores das sondas. Essa diferença, que era considerada apenas ruído, agora servia para calcular deslocamento dos rastros dos redemoinhos, medindo em poucos segundos sua velocidade e direção.

Transformar ruído em dado: eis a marca da criatividade científica.

Para refinar a busca nas milhões de imagens, eles treinaram redes neurais capazes de detectar padrões quase imperceptíveis, mapeando 1.039 rastros claros de redemoinhos. Cada marca registrada virou peça de um mosaico maior, revelando como, onde e quando o vento sopra em Marte.

O que são os redemoinhos de poeira em Marte?

Se você já viu um redemoinho de poeira atravessar um campo seco numa tarde quente, pode imaginar o que acontece em Marte. Lá, os redemoinhos surgem de um modo bem parecido: o Sol aquece o solo, o que faz o ar próximo se aquecer e subir, formando uma mini célula de convecção. Ao encontrar um leve vento lateral, começa uma rotação, criando a coluna giratória que ergue poeira e deixa um risco pela superfície.

No planeta vermelho, porém, o cenário é único por uma razão: a ausência de chuvas regulares e a atmosfera fina fazem com que as partículas fiquem muito mais tempo no ar. Esses redemoinhos se deslocam rapidamente, apagam rastros antigos, mudam pequenas feições em questão de minutos, e contribuem para redistribuir a poeira por extensas áreas.

Trilho escuro deixado na superfície de Marte por redemoinho de poeira.

Conforme mostram as imagens da câmera HiRISE a bordo de uma das sondas, esses rastros muitas vezes aparecem como linhas escuras bem visíveis na paisagem, devido ao contraste entre o solo exposto e a fina camada de poeira removida conforme relatam os estudos com imagens HiRISE.

Valentin Bickel e o catálogo dos movimentos invisíveis

Nessa trajetória de descobertas, um nome se destaca: Valentin Bickel. Cientista da Universidade de Bern, ele encabeçou o esforço de organizar todos os dados em um catálogo aberto ao público, uma tarefa monumental.

O catálogo não apenas relaciona a localização de cada redemoinho registrado, mas também, pela primeira vez, descreve pontos como:

  • Direção do deslocamento
  • Velocidade estimada do vento
  • Dimensões dos rastros
  • Horário do evento
  • Região marciana e proximidade de acidentes geográficos
O mapa dos ventos em Marte começou, enfim, a ganhar contornos reais.

Segundo Bickel, a ideia foi criar uma ferramenta viva: o catálogo pode ser atualizado à medida que novas imagens são analisadas, ampliando a base de conhecimento sobre o clima marciano. Isso, inclusive, já orienta futuras imagens, pois em situações específicas, as duas câmeras podem tentar flagrar o mesmo evento por ângulos diferentes.

Como funciona a medição dos redemoinhos pelas sondas?

No começo, os cientistas achavam que ‘ruído’ atrapalhava a diferenciação entre uma fração de imagem e outra. Mas ao ajustar o olhar, eles notaram que o ritmo com que as imagens em diferentes canais das câmeras captavam o mesmo local acabava sendo ideal para medir pequenas mudanças, especialmente o deslocamento dos rastros em questão de segundos.

Essa descoberta permitiu medir, de modo indireto porém confiável:

  • Velocidade média dos redemoinhos, normalmente em torno de 20 a 30 m/s
  • Casos de extremos, alcançando até 44 m/s (158 km/h)
  • Oscilações rápida na direção, indicando instabilidade da coluna giratória

Vale lembrar ainda, como quem já respirou fundo numa serra ventosa: a atmosfera de Marte é tão leve que ventos de 100 km/h, lá, mal são sentidos por um ser humano, caso lá estivesse.

Telão com mapas coloridos de rastros de redemoinhos de poeira em Marte e cientistas analisando.

Surpresas nos números: mais poeira do que se pensava?

Uma das informações que me chamou atenção: a frequência dos redemoinhos foi maior do que os antigos modelos climáticos sugeriam. Também as velocidades registradas superaram tudo o que veículos robóticos haviam observado até então. Isso pode implicar, segundo o próprio grupo de pesquisa, em um ciclo de poeira mais intenso do que se previa.

Um exemplo: situações em que a poeira fica tanto tempo suspensa que forma nuvens, interfere no clima local e pode até contribuir para a perda gradual de vapor d’água para o espaço. Eis um dos mistérios fundamentais para quem tenta entender porque Marte se tornou, um dia, tão seco.

O impacto da poeira marciana no clima do planeta

Quando penso no clima marciano, logo me lembro que ele é muito mais que frio e seco. Ele é moldado, quase como se fosse delicado, pela proximidade do vento e do calor do Sol. A poeira, por sua vez, tem papel de protagonista nesse teatro planetário.

Algumas das funções mais marcantes da poeira na “vida” de Marte:

  • Atua como filtro solar, protegendo a superfície durante o dia e ajudando a reter calor à noite
  • Serve de núcleo para formação de nuvens de gelo ou dióxido de carbono
  • Pode reduzir a quantidade de luz em superfície, afetando missões robóticas
  • Interfere na estabilidade térmica em toda a atmosfera
  • Facilita a condução de eletricidade estática, influenciando fenômenos como relâmpagos
Em Marte, a poeira determina o destino do clima e das missões humanas.

Eu sempre achei curiosa essa ideia de que a poeira é, ao mesmo tempo, ameaça e aliada. Sua suspensão prolongada também explica porque, mesmo em dias calmos, os céus marcianos podem parecer enevoados.

Como os redemoinhos ajudam (ou atrapalham) as missões espaciais?

Quando leio sobre as condições para missões robóticas em Marte, percebo que os redemoinhos de poeira são personagens centrais no drama da exploração planetária. Afinal, eles tanto limpam quanto sujam, e a maioria das missões depende de painéis solares que podem ficar cobertos rapidamente.

Com o novo mapa, foi possível prever regiões e horários com maior probabilidade de impactos em equipamentos. Os dados mostram que:

  • Os redemoinhos acontecem com mais frequência na primavera e verão de cada hemisfério
  • O pico ocorre entre 11 e 14 horas do horário solar marciano, quando o calor do solo é maior
  • Se movem de forma agrupada em regiões como Amazonis Planitia, inclusive próximas a antigos vulcões e planícies de lava
Painel solar coberto por poeira vermelha em solo de Marte, céu laranja ao fundo.

Isso permite que planejadores de missões, como o futuro rover ExoMars Rosalind Franklin, já considerem pousar fora da temporada das grandes tempestades globais, justamente para não arriscar o funcionamento dos equipamentos já nos primeiros dias após a chegada. Fico pensando que é como escolher a melhor época para viajar na Terra, só que muito, muito mais arriscado.

Uma janela para o clima marciano: técnicas e curiosidades dos registros

O trabalho feito com as câmeras da Mars Express e TGO é, por si só, uma aula de adaptação. Eles conseguiram aproveitar não só as imagens visíveis, mas também dados de canais infravermelhos, que normalmente seriam usados para outras finalidades. Assim, pequenos desfasamentos temporais de poucos segundos revelaram informações sobre deslocamento e até sobre a rotação dos redemoinhos cruzando crateras, vales e planícies extensas.

Além disso, um recurso interessante é que, ao combinar sequências de imagens, a equipe agora tenta observar eventos simultaneamente com diferentes instrumentos. Isso abre espaço para comparar resultados, refinar as técnicas e até tentar flagrar “em tempo real” a passagem de um mesmo redemoinho em áreas diversas.

Nuvem fina de poeira sobre paisagem marciana rochosa sob céu pálido.

Penso em como essas tentativas, por muitas vezes frustrantes, acabam sendo a base de avanços científicos, errar, ajustar, tentar de novo. E cada dado coletado, mesmo que parecesse um mero ruído, vira solução inesperada.

Riscos reais: o que ameaça missões e o que o futuro reserva?

O acúmulo de poeira é apontado, já faz tempo, como um dos grandes obstáculos à atuação prolongada das missões automáticas em solo marciano. Alguns rovers, inclusive, ficaram “cegos” após painéis ficarem totalmente opacos. Da mesma forma, redemoinhos já salvaram missões, limpando repentinamente o excesso de poeira e prolongando a vida útil dos equipamentos.

A imprevisibilidade dos redemoinhos é tanto risco quanto esperança para missões futuras. Eles ameaçam não só o funcionamento dos painéis solares, mas também podem expor partes sensíveis dos robôs, alterar leituras de sensores e ainda levantar poeira que interfere nos instrumentos ópticos.

Penso em como será quando missões tripuladas, um dia, pisarem no planeta. Talvez, um redemoinho encontre pela frente um módulo habitado ou um veículo pressurizado. Calculando a pressão dos ventos, considerando a atmosfera rarefeita, o perigo imediato para humanos talvez seja pequeno. Mas o risco de danos a sistemas expostos jamais pode ser subestimado.

Regiões mais afetadas: onde a poeira dança mais forte?

Quando o novo catálogo ficou pronto, uma das primeiras observações foi identificar regiões que concentram mais rastros de redemoinhos. Amazonis Planitia, por exemplo, demonstra grande atividade, mas outras áreas próximas a vulcões antigos, sistemas de vales e regiões de planícies compactas também concentram muitos eventos.

Nas imagens, é possível perceber verdadeiras redes de rastros que se cruzam, áreas relativamente “limpas” onde o vento já varreu a poeira há pouco tempo, e outras com marcas acumuladas por múltiplos eventos. Isso sugere não apenas locais de vento forte, mas zonas onde a poeira fica disponível para ser removida com maior frequência.

Mapa colorido da região Amazonis Planitia em Marte mostrando trilhas de redemoinhos.

Uma lista das regiões com maior ocorrência de rastros inclui:

  • Amazonis Planitia
  • Zonas próximas aos grandes vulcões, como Olympus Mons
  • Regiões planas do hemisfério norte
  • Algumas crateras de impacto rasas

Isso ajuda não só a refinar modelos climáticos, mas também a definir onde as futuras missões podem estudar mais de perto as interações entre superfície e atmosfera.

Quando e como acontecem os redemoinhos?

Conforme revelado ao analisar os dados catalogados, a maior incidência dos eventos ocorre no período que vai da primavera ao verão em cada hemisfério marciano, principalmente por causa do aumento da energia solar recebida. O pico diário, por sua vez, entre 11h e 14h locais (horário solar marciano), é explicado porque esse é o intervalo de máxima diferença térmica entre solo e atmosfera, favorecendo a formação das colunas ascendentes de ar.

Esses eventos duram pouquíssimo tempo. Muitas vezes, menos de cinco minutos, e quase sempre deixam rastros lineares mais ou menos retos, ou com pequenas curvas, conforme as forças do vento e obstáculos no terreno. Sejam eles grandes ou pequenos, praticamente todos contribuem para a renovação constante das paisagens marcianas.

O futuro das pesquisas: modelagem e missões em Marte

O catálogo público, criado a partir de anos de imagens e das técnicas inovadoras de detecção, serve agora como referência para cientistas aprimorarem modelos do clima marciano. Li recentemente que modelar uma atmosfera com tão poucos dados sobre ventos locais era um dos grandes desafios da meteorologia planetária. Agora, com o mapeamento das velocidades, direções e frequências, é possível prever padrões, planejar melhor pousos e até sugerir onde novos instrumentos devem ser colocados.

O clima de Marte está, enfim, deixando de ser um mistério quase impenetrável.

Penso, por exemplo, que saber quando pousar um rover, ou quando programar o funcionamento de painéis solares, faz toda diferença entre o sucesso e o fracasso de uma missão. Quando a missão ExoMars Rosalind Franklin pousar em 2030, já terá em mãos dados mais detalhados, evitando épocas de tempestades globais e, talvez, prolongando bastante o tempo de pesquisa no solo marciano.

Rover ExoMars Rosalind Franklin pousando em Marte fora da temporada de tempestades.

E como todas as boas ferramentas científicas, o catálogo segue sendo atualizado. Cada novo redemoinho registrado entra para essa galeria de eventos, permitindo inclusive comparar eventos com diferentes câmeras, de diferentes sondas, para analisar possíveis variações de medições.

Novas perguntas, novos horizontes

Ao olhar para o futuro, me pergunto: será que cada década trará uma nova surpresa sobre Marte? Sempre achei curioso que algo visto como simples “sujeira”, como a poeira, pode, na verdade, sustentar ou ameaçar toda uma era de descobertas interplanetárias. O que me impressiona com esse novo mapa é a clareza com que passamos a enxergar o invisível: cada linha desenhada por um redemoinho é, na prática, a assinatura do próprio clima marciano.

Minha sensação é de que, enquanto continuarmos olhando para as imagens que chegam das sondas, vamos encontrar modos novos de transformar o que parecia “ruído” em conhecimento concreto. E assim, um planeta que parecia parado no tempo revela, pouco a pouco, que está sempre mudando, só que ao seu próprio modo, quase sutil, quase silencioso, mas irresistivelmente fascinante.

Conclusão

Depois de duas décadas vasculhando imagens e transformando até os detalhes mais pequenos em grandes pistas, o novo mapa dos redemoinhos de poeira em Marte inaugura um tempo de descobertas. Agora, é possível rastrear o caminho do vento, entender melhor o clima, proteger missões e até dimensionar riscos antes mesmo de uma nova aventura começar. Os dados obtidos pelas sondas Mars Express e Trace Gas Orbiter são o ponto de partida para um futuro onde Marte deixa de ser só mistério e ganha contornos mais claros, quase familiares. O trabalho de Valentin Bickel mostra que criatividade, paciência e tecnologia podem transformar o que antes era invisível no traço mais visível da ciência planetária moderna.

Perguntas frequentes

O que são redemoinhos de poeira em Marte?

Os redemoinhos de poeira em Marte são colunas de ar giratório que levantam poeira fina da superfície do planeta, parecidos com pequenos tornados terrestres. Eles acontecem quando o Sol aquece o solo e o ar próximo, criando correntes que, ao encontrarem ventos laterais, começam a girar. Esses fenômenos deixam rastros escuros visíveis, já que a poeira fina é retirada e expõe o solo mais escuro abaixo, e podem ser observados em imagens de satélite.

Como os ventos marcianos são mapeados?

Os ventos em Marte são mapeados principalmente através da análise de imagens feitas pelas sondas que orbitam o planeta. Cientistas como Valentin Bickel usam redes neurais para identificar os rastros deixados por redemoinhos e aproveitam pequenos desfazamentos entre imagens tiradas em sequência para medir direção e velocidade do deslocamento. Ao compilar esses dados em mapas detalhados, torna-se possível, pela primeira vez, prever padrões de ventos em diferentes regiões, melhorar modelos climáticos e auxiliar no planejamento de missões.

O que faz a Mars Express em Marte?

A Mars Express é uma sonda que orbita Marte desde 2004, capturando imagens detalhadas e investigando a superfície, atmosfera e clima do planeta. Uma de suas funções centrais é registrar imagens que ajudam no estudo do relevo, das calotas polares, da distribuição de água e poeira, além de contribuir para a compreensão do clima marciano ao fornecer dados precisos usados em pesquisas sobre os redemoinhos de poeira.

Para que serve o Trace Gas Orbiter?

O Trace Gas Orbiter, ou TGO, é uma sonda dedicada principalmente à detecção e análise de gases raros na atmosfera de Marte, como o metano, mas também faz imagens de altíssima resolução do solo marciano. Seus sensores multiespectrais permitem observar a dinâmica da poeira, identificar redemoinhos e rastros deixados na superfície, e ajudam a compreender tanto a composição atmosférica quanto as interações entre vento e terreno.

Quais riscos os redemoinhos trazem em Marte?

Os redemoinhos de poeira podem cobrir painéis solares de sondas e robôs com poeira fina, prejudicando o funcionamento dos equipamentos. Além disso, a poeira levantada pode afetar sensores e outros instrumentos delicados, dificultar a captação de energia solar e comprometer missões de longa duração. Por outro lado, há registros em que redemoinhos limparam painéis solares, prolongando a vida útil de equipamentos. Esse caráter imprevisível exige atenção constante no planejamento de operações em solo marciano.

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Sergio Sacani Sancevero

Sobre o Autor

Sergio Sacani Sancevero

Sergio Sacani Sancevero é um entusiasta do universo da astronomia e da exploração espacial, dedicando seu tempo à divulgação científica e à análise de descobertas e avanços no campo aeroespacial. Apaixonado por compartilhar conhecimento, Sergio busca aproximar o público das maravilhas do cosmos, traduzindo conteúdos complexos em uma linguagem acessível para todos os interessados no tema.

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